terça-feira, 29 de julho de 2014

Musa momentânea

Declama
Sua presença
De ritmo singular.

Se poema,
Toda prosa,

Na sua métrica
Arrojada.

Se expande
A cada gesto,

Para o tempo
A cada beijo,

Ao seu corpo
Une verso.

Epicentro do desejo.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Janela de ônibus

Papel crepom
Cor de chumbo
Embrulha o dia.

Rua encharcada,
Hora vazia.

Trânsito inchado
Entope as ruas.

Nada novo sob o céu.

O tempo cai
Como a chuva.

Promessas são de papel.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Retina

Num batimento
De pulso,

Na derrocada do dia,

Uma brisa
Amarelada

Palidamente estremece

O tapete
Dos jambeiros,

Fixando a cor na sombra...

terça-feira, 8 de julho de 2014

Primeiros socorros

Se algo te faz sangrar,
É preciso achar a calma:

Respirar; despir o hábito;

A inocência postiça;

A esperança movediça;

Acabar com a autofagia
Que só alimenta o medo...

Mas sem deixar-se estancar.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Desmandamentos

Seja livre
Para decidir
[inclui desobedecer].

Rejeite
A formatação.

Mantenha
As portas abertas.

Não tema
As horas desertas.

Entregue-se
Quando lhe convir.

Ouça
Tanto quanto fala.

Lembre
Que é animal
[mas não como desculpa].

Perceba:

O incomum no banal;

A estranheza do normal;

A singeleza visceral
De um prato de sarapatel.