quinta-feira, 27 de agosto de 2015

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Havia o acordar segunda,
Para a rotina indistinta;
Também terça, quarta e quinta,
Havia de trabalhar.

Do mesmo modo na sexta,
Mas nessa ainda havia a estrada,
Mais feliz do que cansada,
Pois no sábado a via.

A via também domingo,
E mesmo com a despedida
Frenquentemente doída,
Toda a semana valia.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Devoto

Na boca

Principia

A romaria.


Sem pressa

A senda

Do pescoço

Desço.


Caminhos que

Percorro, sei-os,

E mais aprendo

A cada passagem.


Umbigo, parada,

Cacimba seca

Da estrada.


Pela ribanceira,

Mata rasteira

No alto e na beira

Da grota,


Deleitosa fonte

A ser saciada.


Ajoelho e rezo,

Sem espalhafato,

Mas com virtuosa

Falta de recato.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Anti-analgesia

Suas dores:
As sinta;

Não segure o choro;

Não se anestesie;

Viver é o sentido,

Na alma
E nas tripas.






quinta-feira, 4 de junho de 2015

Inércia

Dado o impulso,
Cessa o repouso.

A despeito
Do horário,
Do sono,
Do corpo imóvel,

Os pensamentos correm
Como os ratos no forro.

terça-feira, 19 de maio de 2015

sexta-feira, 17 de abril de 2015

12:59

No momento após o almoço
Toda urgência faz a sesta...

Na realidade indigesta
O corpo volta ao trabalho,
Embora, num ato falho,

A consciência repouse
Espojada sobre a renda
de luz que as árvores tecem...

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Equilibrismo

Se a vida é uma corda bamba,

Seus mistérios não carecem
De qualquer explicação,

Pras bromélias que florescem
Nos fios de alta tensão.

Picles Fundamentalista

Crenças em conserva,
Ácidas a céticos,
Mas destemperadas.

sábado, 28 de março de 2015

Cangote

Ponte entre o corpo e a mente;

Belo pilar que sustenta
a morada do sonhar;

Exala cheiro de verso,
rima aconchego e desejo;

Doce feudo do arrepio;
Trilha de tropa de beijo;
Distrito do cafungar...

Na anatomia da amada
o canto que julgo lar.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Mormaço

Por mais que se esforcem,
As nuvens não disfarçam
A cálida tarde pálida. 

Cai, junto com a noite,
Uma chuva que não refresca.

Água e muriçocas
Se infiltram pela fresta
Da porta encostada.

O calor não tira férias
Onde o verão faz morada.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Moto perpétuo.

Tem tempo,
Nada muda.

Dá a corda
No despertador
Que o acorda;

Desperta para a dor
Da rotina muda,

Que, de esperta,
Adorna o nada
Que ele tem;

E iludido assim,
Sem luta,

Se programa
A contento,

Para acordar
Em tempo

Amanhã também.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Bilhete

Eu fui ali,
Mas não comprar cigarros;

Dar uma esticada
Nas pernas da alma;

Me perseguir
Um pouco mais encontrado.

Voltarei sempre,
Até voltar de vez.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dorme, meu bem...

À noite, suave,
Dentro de um abraço,

Dividindo o leito,
Peito contra peito...

Que o sono se vista
Com o carinho que faço,

E com tal roupagem
Te enfeite os sonhos...


Dorme sem receio,
Pois meu coração
Palpita em teu seio,

E o que me acalanta
É teu ressonar.

Amanhã já vem,
E o despertar...